Transplante de rim: O que é e quando é indicado para pacientes renais?

Transplante de Rim

Cabe aos rins filtrar o sangue, eliminar as impurezas produzidas pelo nosso organismo, ajudando-o a funcionar de forma adequada. Em geral, essas impurezas são expelidas a partir da urina produzida pelo órgão. Sendo assim, caso um paciente tenha perda da função renal, ela pode precisar passar por sessões de diálise ou realizar o transplante de rim.

Esse tipo de procedimento é capaz de oferecer melhor qualidade de vida e uma maior independência, já que a diálise se trata de um processo rotineiro obrigatório e muito desgastante. Além disso, reduz-se, na maioria dos casos, os índices de mortalidade, sobretudo quando comparado aos indivíduos que realizam a diálise.

A seguir, entenda melhor sobre o que é, quais são as consequências do transplante, quem pode doar e muito mais!

Afinal, o que é um transplante renal?

O transplante de rim é, em via de regra, uma alternativa de tratamento para pacientes que sofrem de doença renal crônica avançada. Nesse tipo de tratamento, extrai-se o rim saudável de um indivíduo vivo ou falecido para ser, posteriormente, implantado em um indivíduo portador de insuficiência renal crônica em estágio mais avançado.

Por meio da cirurgia, o rim saudável é implantado no paciente para que possa ser substituído o órgão defeituoso. Em consequência, o novo rim passa a executar as funções que antes não eram realizadas, como a filtração e eliminação de impurezas, líquidos e toxinas.

Diante desse cenário, o transplante renal pode ser considerado o principal tratamento para a doença renal, já que ele substitui a função renal comprometida. Logo, a principal vantagem desse tipo de abordagem é oferecer aos pacientes uma melhor qualidade de vida e uma rotina mais dinâmica e independente.

Quais as contraindicações para o transplante renal?

Resumidamente, as contraindicações estão diretamente atreladas à condição de saúde do paciente, assim como ocorre em qualquer outro tipo de intervenção cirúrgica. Em geral, doenças hepáticas, cardiovasculares ou infecciosas sem controle não podem realizar o transplante de rim, haja vista o maior risco que correm esses pacientes.

Além disso, pacientes em quadro severo de desnutrição, afetados por doenças psiquiátricas ou com histórico abusivo de álcool ou drogas também não podem se submeter a esse tipo de cirurgia, já que o pós-operatório, parte muito importante da recuperação, acaba sendo comprometida, sobretudo em razão do uso correto de medicamentos.

Quem pode doar o órgão? Existe algum risco?

Como já mencionamos, os dois tipos mais comuns de doadores são, em geral, pessoas vivas, sejam elas parentes ou não e doadores falecidos. Nesse caso específico, os rins são retirados após confirmação do diagnóstico de morte encefálica, dentre outros critérios estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina — e após consentimento legal dos familiares.

Para que seja concretizado o transplante de rim, são realizados diversos exames a fim de verificar a condição do órgão do doador, bem como outros tipos de doenças que podem ser transmitidas ao receptor. Para tanto, cruza-se o sangue de ambos para minimizar os riscos de rejeição do órgão, cuja finalidade é encontrar, dentre aqueles disponíveis, qual é de fato mais compatível.

Assim como ocorre em qualquer tipo de intervenção cirúrgica invasiva como esta, os indivíduos que se submetem ao procedimento podem correr riscos. Por outro lado, estes são minimizados através de exames e consultas pré-operatórias. Ainda, ao doador vivo, é possível viver normalmente com um único rim, fato é que muitas pessoas nascem com essa condição de rim único.

Doador vivo

Como pontuamos, doadores vivos podem ou não serem parentes do receptor, contudo, para pessoas sem parentesco, é necessário a apresentação de autorização judicial. Além disso, deve-se realizar uma bateria de exames no doador para verificar o correto funcionamento dos rins ou, ainda, para identificar quaisquer doenças que possam ser adquiridas pelo receptor.

Sendo assim, as condições necessárias para a doação do órgão é expressar livre e espontânea vontade de doar de forma voluntária, uma vez que a comercialização de qualquer órgão é crime. Ademais, deve haver compatibilidade sanguínea com o receptor, sendo essa comprovada por meio de testes sanguíneos.

Fila de espera

Os pacientes que não encontram um doador vivo cuja compatibilidade permita o procedimento, devem aguardar em uma fila de espera até encontrar um doador falecido. Para tanto, submetem-se a uma avaliação pré-transplante e cumprem os requisitos estabelecidos pela correspondente Secretaria de Estado de Saúde.

Surgindo um doador com o mesmo tipo sanguíneo, as amostras de soro do paciente — que são recolhidas a cada 90 dias — são utilizadas para verificar a compatibilidade através de exames com células do doador. Esse processo é importante para minimizar situações de rejeição do transplante, já que pode comprometer o tratamento e levar risco ao paciente transplantado.

Em 1º de janeiro de 2002 passou a vigorar, no Brasil, uma Lei Federal que dispõe sobre as regras do transplante, bem como compatibilidade de tecidos entre doador falecido o receptor e demais pacientes da lista de espera. Segundo as regras, cabe ao receptor com maior taxa de compatibilidade e maior tempo de espera a receber o órgão primeiro.

Conclusão

Como vimos, o transplante de rim é uma excelente alternativa para o tratamento da doença renal crônica avançada. Entretanto, é válido destacar que mesmo após o procedimento, cerca de 40% dos transplantados não tem uma melhora significativa imediata, já que o novo rim pode levar um tempo maior para voltar a funcionar. Dessa forma, nas duas primeiras semanas o paciente pode ainda precisar de sessões de diálise até a completa recuperação do órgão.

Gostou deste artigo? Se ficou alguma dúvida, entre em contato com o seu médico ou procure um especialista, afinal, cabe ao profissional da saúde ajudar o paciente a entender as possibilidades e benefícios que o tratamento lhe trará.

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