Quais os efeitos da proteína do trigo no organismo de pacientes celíacos?

proteína do trigo

Hoje, no mundo, se planta e consome mais de 600 milhões de toneladas de trigo, o que faz deste, o alimento agrícola mais consumido do planeta. Diante disso, e ao contrário do que muito se imagina, o consumo de proteína de trigo, cevada e centeio têm provocado tanto mal quanto qualquer tipo de câncer ou doenças do sistema cardiovascular, por exemplo.

Em geral, isso ocorre porque a ingestão de alimentos com glúten provoca uma resposta autoimune do sistema imunológico. Essa reação inesperada é, para alguns indivíduos, causa de inúmeras afecções. Afinal, em organismos mais suscetíveis, a proteína do trigo desencadeia diferentes doenças crônicas que afetam o intestino e demais partes do corpo, com destaque para as doenças gastrointestinais e os transtornos neuropsiquiátricos.

Pensando nisso, no post de hoje vamos abordar as principais questões relacionadas aos efeitos da proteína do trigo no organismo. Continue a leitura e saiba mais sobre o tema!

O que é glúten, afinal?

O glúten é uma substância formada por proteínas que pode ser facilmente encontrada em cereais como trigo, centeio, cevada e o malte. Em linhas gerais, trata-se de um conjunto deles, formado pela combinação de dois grupos de proteínas: a gliadina e a glutenina — presentes nesse tipo de cereal.

Por conta disso, os alimentos que são fabricados a partir do uso dessas substâncias, incluindo pães, bolos, biscoitos, massas para pizza ou macarrão e até mesmo a cerveja, podem contar o glúten. Mas, não são apenas as massas que podem gerar grande desconforto para pacientes celíacos, já que a lista de alimentos é bem mais diversificada.

Em geral, essa proteína também está presente nos temperos industrializados, maionese, ketchup, molho shoyo (utilizado principalmente na culinária japonesa), queijos e até mesmo em alguns tipos de medicamentos. Até mesmo alimentos que não contém glúten, como frutas, verduras, carnes e peixes, devem ser consumidas com cuidado, pois estão sujeitos à contaminação cruzada — que se dá através da manipulação dos alimentos.

Como o organismo reage ao consumo do glúten?

Nos pacientes celíacos, isto é, pessoas que sofrem de intolerância ao glúten, podem comprometer as vilosidades intestinais, que são a parte responsável pelo revestimento e absorção dos nutrientes dentro do intestino delgado. Sendo assim, ao ter contato com o órgão, pode ocorrer uma resposta inflamatória, causando a destruição dessas pequenas saliências na parede do intestino.

Em consequência a este processo inflamatório, o paciente acaba apresentando diversos sintomas agudos relacionados a indisposição intestinal, como diarréia, perda de peso e anemia crônica — já que o organismo passa a absorver de maneira ineficiente os nutrientes ingeridos através da alimentação.

O glúten pode causar problemas de saúde?

Aproximadamente 1% da população mundial possui a doença celíaca, sendo boa parte delas provocadas pelos efeitos negativos do consumo da proteína presente no trigo. Dentre as principais condições clínicas, destacam-se diferentes tipos de Doença Celíaca e, também, a Doença de Duhring, que afeta indivíduos mais propensos a desenvolverem reações importantes quando em contato com essa proteína.

A seguir, conheça os principais tipos e características das doenças atreladas à sensibilidade ao glúten.

Doença Celíaca Clássica

Em sua forma clássica, a doença celíaca acomete principalmente as crianças, geralmente após a introdução do glúten na dieta dos bebês e caracteriza-se pela diminuição da energia, da capacidade mental e da motivação (letargia), palidez, diarréia e anemia crônica, dores abdominais, febre, má nutrição, etc.

Doença Celíaca Atípica

Em manifestações não clássicas da doença, os sintomas normalmente são mais difíceis de serem identificados como consequência da ingestão da proteína do trigo, já que não estão ligados diretamente à sensibilidade permanente ao glúten. Dentre os sintomas mais comuns dessa afecção, destacam-se os problemas pulmonares, dores de cabeça, artrite reumatóide, constipação, anormalidades hormonais (baixa estatura), etc.

Doença Celíaca Assintomática

Quando um indivíduo recebe diagnostico positivo para doença celíaca, haja vista a detecção do gene que causa o problema e este não apresenta sintomas, diz-se que se trata da doença celíaca assintomática. Em geral, nessas pessoas o fator causador do problema pode estar “adormecido”, mas não impedindo que os sinais surjam de forma agravada com o passar dos anos. Por esse motivo deve-se investigar os familiares de primeiro grau do celíaco, já que estes têm maior chance de desenvolver a doença, bem como aqueles que apresentam patologias que, reconhecidamente, se relacionam com o problema.

Doença Celíaca Latente

A doença celíaca latente é uma condição que se caracteriza pelo não desenvolvimento completo da afecção, embora o paciente apresente os genes relacionados à intolerância ao glúten. Em síntese, ocorre apenas uma inflamação leve ou moderada, não gerando, portanto, lesões importantes no trato intestinal, sobretudo nas fases iniciais. Porém, percebe-se uma evolução gradual da enfermidade com o passar do tempo.

Sensibilidade não Celíaca ao Glúten (SNCG)

A SNCG pode ser desencadeada em pessoas que apresentam os mesmos sintomas da doença celíaca, embora não sejam portadores de fato do gene relacionado a ela. Não tão raro, a sensibilidade não celíaca ao glúten é definida pela não presença de reações alérgicas ao trigo e também, não se trata de uma resposta autoimune. Apesar disso, os pacientes podem desenvolver os mesmos sintomas após ingerir alimentos que contenham proteínas presentes no trigo.

Os sinais mais comuns da SNCG se dão no sistema digestivo, como diarreia, distensão abdominal e dor. Além disso, as pessoas acometidas por esse tipo de problema podem também apresentar sintomas não digestivos como dores de cabeça, confusão mental, fadiga, dormência nos braços ou nas pernas, etc.

Dermatite Herpetiforme

Também chamada de Doença de Duhring, a dermatite herpetiforme é uma doença autoimune que provoca placas vermelhas na pele, acompanhadas de descamação. Habitualmente, essa condição provoca pequenas bolhas que causam muita coceira e sensação de queimação na região afetada — assemelhando-se às lesões da herpes.

As áreas mais afetadas tendem a se concentrar no couro cabeludo, cotovelos, joelhos e costas. Comumente apresentada de forma simétrica, surgindo em ambos os lados, como os dois joelhos ou os dois cotovelos, por exemplo, para minimizar o problema deve-se evitar o consumo de alimentos que contenham glúten e o uso de alguns antibióticos.

Concluindo, os efeitos da proteína do trigo no organismo de pacientes celíacos estão sempre associados à doença celíaca. Porém, vale destacar que não se deve restringir o consumo absoluto do trigo sem indicação médica ou acompanhamento por um profissional da saúde. No entanto, em se tratando de pacientes com condições especiais, sobretudo portadores de doenças autoimunes, muitos benefícios estão atrelados à restrição nutricional aos alimentos que contém glúten.

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