Os rins são órgãos que exercem funções de extrema relevância para o funcionamento adequado do organismo. Formados por uma estrutura complexa, eles contam com mais de 1 milhão de filtros microscópicos chamados de néfrons. Sob condições inadequadas de saúde — normalmente provocadas em razão de doenças como diabetes ou hipertensão arterial —, essa estrutura começa a ter sua função de filtragem comprometida.
O problema é que, com o passar do tempo, essas lesões vão se agravando, afinal, trata-se de desordens sutis, onde o paciente normalmente não percebe a gravidade, antes de ter se tornado o seu quadro irreversível. Tendo em vista o avanço da doença, boa parte dos pacientes com insuficiência renal precisam passar por procedimentos que substituem a função renal, isto é, a hemodiálise ou a diálise peritoneal.
É exatamente sobre este assunto que vamos tratar no post de hoje. Quer aprender mais sobre o tema? Então, basta continuar sua leitura!
O que é e para que serve a diálise?
De modo geral, a diálise nada mais é do que o nome dado ao procedimento que tem por objetivo realizar as funções normais dos rins. Isto é, filtrar o sangue removendo substâncias tóxicas retidas no órgão quando estes param de funcionar como deveriam.
De maneira bastante simplificada, as diálises consistem na retirada de líquido e algumas toxinas, como ureia ou creatinina — além de controlar também os níveis de sódio e potássio no sangue. Isso porque o paciente com insuficiência renal apresenta dificuldades nesse tipo de tarefa, como já destacamos.
Logo, a diálise em si não se trata de uma abordagem terapêutica para controle da doença renal, mas aplicado para que os efeitos negativos decorrentes dela sejam minimizados. Em outras palavras, este processo substitui os rins comprometidos para promover uma melhor qualidade de vida dos doentes.
Quais os tipos de diálise mais comuns?
O paciente que inicia um tratamento dialítico normalmente apresenta menos de 10% da sua capacidade renal preservada. Com isso, é vital que sejam adotados procedimentos para realização das funções dos rins acometidos por problemas de diversas naturezas. Atualmente, existem dois tipos de tratamento: a hemodiálise e a diálise peritoneal.
No primeiro caso, o tratamento deve ser realizado pelo menos três vezes por semana, dentro de um ambiente hospitalar adequado. Já no segundo, o próprio paciente realiza o procedimento em casa, geralmente durante a noite — já que ele pode ocorrer durante o sono, por exemplo.
Ainda, vale destacar que as duas abordagens estão disponíveis tanto na rede pública quanto privada de saúde. Entretanto, a diálise peritoneal é pouco utilizada pelos pacientes que sofrem de insuficiência renal, o que explica a baixa adesão e as inúmeras dúvidas acerca do tratamento.
Desafios da diálise peritoneal
Segundo levantamento divulgado pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a diálise peritoneal representa uma redução de 5% dos gastos públicos em comparação à hemodiálise oferecida pelo SUS a pacientes renais. Entretanto, apenas 8% da população com insuficiência realizam esse tipo de intervenção em casa.
Esse fato, de acordo com especialistas, pode ser explicado por duas razões principais:
- falta centros especializados com equipes capacitadas para realizar e orientar o tratamento correto;
- é preciso investir em informações e campanhas de conscientização para que o tratamento seja de fato conhecido por aqueles que precisam, haja vista que, na maior parte dos casos, a hemodiálise tradicional tende a oferecer menos resistência, já que é o primeiro tratamento apresentado.
Além disso, deve-se considerar outros fatores importantes, como o medo que muitos pacientes têm de realizar o procedimento em casa, sem supervisão de um profissional da saúde, ainda que eles sejam mais confortáveis e permitam maior liberdade ao paciente.
Qual a diferença entre hemodiálise e diálise peritoneal, afinal?
Para sobreviver, os pacientes renais nos estágios mais avançados da doença devem fazer diálises contínuas ou, ainda, realizar o transplante do órgão. Conforme as orientações médicas, as duas respostas apresentam bons resultados, muito embora a fila de espera para o transplante seja um problema importante.
Por conta disso, a hemodiálise e a diálise peritoneal são alternativas mais comuns para boa parte dos pacientes acometidos pelos problemas renais. Sendo assim, é importante conhecer suas características e funcionalidades, já que, apesar de terem a mesma finalidade, tratam-se de procedimentos distintos.
Em termos práticos, a hemodiálise nada mais é do que um procedimento caracterizado pelo bombeamento do sangue por meio de um dialisador — equipamento responsável pela remoção das toxinas do organismo. Em geral, este processo tem duração aproximada de quatro horas, devendo ser realizado pelo menos três vezes por semana em um ambiente hospitalar adequado.
Por outro lado, a diálise peritoneal é um procedimento que consiste na colocação de cateter através da cavidade abdominal do paciente. Por meio deste equipamento, realiza-se a infusão de líquidos que são, posteriormente, drenados junto com as toxinas acumuladas no sangue.
Semelhante ao soro fisiológico, o líquido responsável pelo “banho de diálise”, quando em contato com a membrana que reveste os órgãos abdominais (peritônio), realiza, após algumas horas, a troca entre a solução e o sangue do paciente, permitindo a eliminação de tais substâncias tóxicas do organismo.
Quem deve fazer a diálise peritoneal?
Indicada exclusivamente para pacientes que desenvolveram quadro de insuficiência renal de forma aguda ou crônica, a diálise peritoneal pode minimizar os efeitos da falta de filtragem do sangue, haja vista o comprometimento das funções renais.
Nesse caso, o médico nefrologista deve avaliar a necessidade do procedimento através de exames que indiquem anormalidades nos rins, como altas dosagens de:
- creatinina;
- potássio;
- ácidos;
- ureia, etc.
Além disso, por meio da investigação clínica, pode-se avaliar a presença de sinais e sintomas. Por fim, também será necessário, de acordo com os critérios do especialista, avaliar o hemograma completo, a fim de observar os níveis de ferro, saturação de ferro e ferritina no sangue.
Concluindo, ambos os tratamentos tendem a oferecer a mesma resposta de promoção da saúde e qualidade de vida dos pacientes. Portanto, cada método deve ser estabelecido conforme os critérios médicos, que variam em função das condições clínicas do paciente, bem como considera suas preferências.
Ótimo. Agora você já sabe o que é, para que serve e quais são as principais diferenças entre a hemodiálise e a diálise peritoneal. Portanto, se tiver restado quaisquer dúvidas, não deixe de entrar em contato conosco para agendar sua consulta.