Efeito nocebo: o que é e como funciona as influências psicológicas de medicamentos

Não é novidade para ninguém que o uso de medicamentos pode trazer inúmeros benefícios, especialmente no tratamento de doenças. Contudo, alguns pacientes podem interpretar de maneira positiva o uso de substâncias inertes, isto é, que não possuem importância clínica. A essa condição, chamamos de “efeito placebo”.

Nesse contexto, o efeito nocebo nada mais é do que o oposto ao fenômeno citado acima. Em outras palavras, ele descreve uma condição no qual o paciente relata resultados negativos e cuja crença leva a acreditar que a terapia medicamentosa pode gerar prejuízos clínicos. Ambas as situações, porém, não passam de influências psicológicas.

Para desmistificar o problema, explicaremos, neste post, o que é, como funciona e como enfrentar o efeito nocebo. Boa leitura!

O que é o efeito nocebo, afinal?

O efeito nocebo é, em termos simples, um evento que se caracteriza pela experiência negativa do pacientes mediante o uso de alguns medicamentos. A aplicação de imunizantes contra a covid-19, por exemplo, pode desencadear “reações psicológicas”, descrita pelo surgimento de sintomas compatíveis com os efeitos colaterais da vacina (febre, fadiga, dor).

No entanto, estudos feitos por pesquisadores da Escola de Medicina de Harvard apontam que a maioria das indicações de reação à vacina passam diretamente por sintomas de caráter psicológico. Isto é, embora o paciente relate apresentar febre ou um cansaço excessivo, — após a 1ª ou 2ª dose do placebo — eles não são clinicamente comprovados.

Para exemplificar, o conceito de efeito nocebo é utilizado para explicar os efeitos adversos fisicamente experimentados pelo paciente que fez uso de um placebo durante ensaios clínicos. Em grande parte, essa condição está associada a crenças negativas que, por sua vez, são alimentadas por informações falsas amplamente difundidas na mídia, por exemplo.

Quais as causas do efeito nocebo?

Tendo em vista que a medicação normalmente utilizada não possui propriedades que possam gerar qualquer efeito colateral, por que elas ocorrem? No geral, suas causas estão comumente associadas ao conhecimento prévio do paciente em relação aos possíveis efeitos negativos de determinada abordagem terapêutica, incluindo vacinas imunizantes.

Portanto, sabendo os riscos e benefícios do tratamento, o indivíduo torna-se mais propenso a experimentar os efeitos colaterais, quer estejam utilizando drogas de propriedades ativas ou não. Além disso, expectativas negativas também podem refletir em resultados equivalentes, provocados, principalmente, pela condição psicológica do paciente tratado.

Segundo o Dr. Alex Lacerda, alergista e imunologista da Clínica MedFocus “a nossa mente é muito poderosa e não é desassociada do nosso corpo”. Por isso, se um paciente se conscientiza sobre os riscos de determinado medicamento provocar febre, ele então se sentirá febril.

Por questões de ordem psicológica, o efeito nocebo é mais comum, especialmente quando se trata de paciente com histórico de transtornos de ansiedade ou depressão.

Então, como lidar com o problema?

Como o efeito nocebo pode afetar de maneira consistente o tratamento de doenças importantes, além de prejudicar o combate ao novo coronavírus, minimizar tais situações é um ponto muito importante. Por isso, os especialistas recomendam apostar na educação da população em geral sobre os benefícios do imunizante.

Nesse contexto, pode-se minimizar o medo e a preocupação em relação às reações adversas à vacina, por exemplo. “Neste aspecto, é importante a população conhecer que existe esse evento que pode, muitas vezes, prejudicar o tratamento a ser realizado”, reforça nosso alergista e imunologista.

Para os pesquisadores, a confiança sobre o tratamento médico também é um ponto positivo para quem precisa lidar com o efeito nocebo. Isso porque, quando o médico no qual confiamos atesta a eficácia de determinado tratamento, estamos mais pré-dispostos a considerar os pontos positivos.

O que achou das dicas e informações que trouxemos neste conteúdo? Se quer saber mais sobre o tema, confira a entrevista completa concedida pelo Dr. Lacerda à CNN Brasil.

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